quinta-feira, 3 de novembro de 2011



chega de você! você pode ir,
você também.
chega

chega de nunca chegar,
chega de chegar por chegar,
chega até do ch.
xega


chega de tudo
querer que chega
chega de saber que quer
cega


chega de apontar
cego de ponta não
amola(da)

ssssssssh
ega de ego



sexta-feira, 6 de maio de 2011

Sine musica nulla vita

Hoje fui, voltei e fui e voltei, até que me perdi.
Ia para encontrar o ontem que esqueceu hoje
Voltava para valorizar o hoje, para não pensar no que seria.

Ia e viajava no brilho mel tão novo e instigante
Voltava para um aquecimento vocal divertido.
Ia em alguém e me perdia em mim mesma,
em um alguém mais perdido do que eu.

Ia na incerteza e no encantamento,
deseja ver daqui, eu lá, pensando como eu pensava,
ou talvez pensaria o que seria eu aqui.

Quase nunca é dada atenção ao que acontece,
o que dirá ao que nunca existiu?!
E nunca existiu, existindo e coexistindo perfeitamente
em um universo não existente.

E lá canta com toda sua força: "Velut luna status variabilis"
E aqui se emociona sem muito saber cantar: "Warum willst du unser so gar vergessen und uns lebenslang so gar verlassen"

E o tempo corre enquanto a gente vai e volta sem saber bem para onde quer ou deve ir.




O Schurtz sempre traz minhas maiores emoções.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

É perceber que a vida é uma tremenda ida sem volta que continua estacionada em qualquer canto.

Engraçado,
hoje música instrumental me diz mais do que cantada.
Acho que cansei de ouvir as pessoas. Acho que já até desejei um mundo mudo.
Acho que sempre falo sem saber. Sempre falam sem saber,
sem dizer. Mas insistem em falar.
Não tenho tido muito o que falar. Talvez nunca tive.
Eu falo demais.

É ter mesmo quase tudo e ainda assim estar vazio. Como um balão, que ainda que cheio, tá cheio de vazio.

Não tenho mais nada a oferecer, pra quê então?
voto de silêncio em nome do vazio. voto de ninguém.

voltei, em voto de loucura adormecida.